Buenas!
– Vou dominar o mundo, ninguém poderá impedir minha conquista, sou o senhor X! -, disse o gênio do mal, outrora chamado de Lex-Musk, o Luthor.
– Só passando por cima do meu cadáver! – respondeu Xandy-Batman, protegido por sua capa preta e seu sorriso letal.
– Vou lançar meus lunáticos foguetes sobre teus domínios!
– Protegerei os fracos e oprimidos com meu martelo da justiça!
E seguiram os POW, PAW, SOC, BANG, BOOM, SPLAT, ZAZ, SOC, etc, etc…
Poderia continuar a lista de onomatopéias, conheço várias, li muitas revistas em quadrinhos na minha juventude e assisti vários filmes do gênero. Pensando com o olhar atual, diria que os filmes eram divertidos, mas bem ruins. Assim como o argumento de minha história, que só trocou a fanfarra de um pela careca do outro. E, ainda assim, continuou um argumento péssimo…
Tão desgradável quanto o noticiário dos últimos dias, não concordam? Tem cabimento a mídia e, consequentemente, nós, gastarmos nosso precioso tempo com o que diz um bilionário mimado? Será que Musk não tem mais com o que se preocupar?
Que eu saiba, suas naves estão explodindo e seu X tá cada dia mais fraco. Uma terra de ninguém, onde cada um fala o que bem entende, sem filtro ou aferição, onde o ódio prolifera. Seus carros revolucionários, belíssimos, os Tesla autônomos, estão perdendo cada vez mais processos de indenização por falhas ou acidentes. Não é pouco para se preocupar…
E aqui, o juiz injuriado não teria mais o que fazer? Que eu saiba, o nosso sistema judiciário está sobrecarregado de tarefas e, nosso Xandão, tem muitas demandas pela frente. Só o caso do 8 de janeiro de 2023 demanda muito tempo e dedicação, além do processo das fake news, que é gigantesco. Não é pouca coisa não!
Então, pergunto de meu canto, por que este caso deu tanto repercussão? A resposta eu já dei aqui noutro momento, mas retorno a ela: “A Vaidade é, definitivamente, meu pecado preferido!”, disse John Milton, personagem que personifica o próprio Lúcifer no filme “O Advogado do Diabo”. Assistam, o Al Pacino está primoroso e Charlize Theron no auge dos seus vinte anos! Ah, tem o Keanu Reeves também…
O bilionário com seu topete alourado quer ‘causar’, como dizem os jovens atuais. Quer conquistar mais seguidores, ampliar sua reputação de vencedor, um tanto arranhada após ter comprado o twitter por 44 bilhões de dólares e a empresa murchar o valor de mercado para ¼ disso um ano depois.
Aliás, já que ele defende a liberdade, por que não atacou o judiciário chinês que proíbe a existência de sua rede social por lá? Porque ele não é bobo nem burro, só arrogante. Ele sabe que, se fizer isso, suas fábricas, que se aproveitam da mão de obra barata de lá, serão multadas ou estatizadas!
Enquanto isso, nosso juiz desprovido de penugem capilar, reage pois é daqueles que não leva desaforo para casa. Um careca como ele não é desprovido de vaidade, a possui em alto grau, não duvidem. Contudo, sua vaidade é deslocada para o que mais preza: seu desempenho profissional.
Eles entrarem num embate a gente entende, afinal, o primeiro vai ganhar mais seguidores e dólares, o segundo, respeito e valorização. E nós, porque nos desgastamos com essa briga de pelanca? Simples, porque vivemos no século XXI, onde impera um sistema que prega a dicotomia combativa. Ou, em linguagem mais palatável, o embate puro e simples fomentado pelo ódio nas redes sociais!
Nós compramos a causa de um ou de outro por simples e superficial identificação. O sul-aficano que fez fortuna nos EUA só pensa numa coisa: valorar seus negócios, espalhar suas redes, influenciar mentes; em suma: ampliar sua abastada fortuna. Ele sempre vai ganhar, tu não. Mas ele não pode esquecer, que todo Midas um dia fica sem comida…
Xandão, ao contrário, é um assalariado, muito bem remunerado, é verdade, que encarna a defesa da pátria, com o fervor exacerbado de quem tem o martelo da justiça na mão. Estudou para tanto, ninguém pode dizer o contrário, além de ter cativado pessoas poderosas, com a caneta na mão. E, exagerando ou não, tem feito um bom trabalho.
Logo, ao defendermos um ou outro, caímos na armadilha imposta pelas redes que consiste em: escolha um alvo, invente uma tese, fomente o ódio contra ele, veja o circo pegar fogo e lucre com isso! O antigo twitter replicou este método, que já era muito utilizado por jornais de fofocas do século passado, fazendo com que o X do careca daqui caísse na provocação do X digital de lá…
Eu, cá de minha escrivaninha, nem sei o que se passa no X em questão, não tenho nem quero ter esta rede. Tenho outras que me alimentam de informação e conhecimento e, claro, tomam muito do meu tempo, mais do que devia.
Não dá para continuar nesta toada recheada de fel e fakes. Podem usufruir das redes, porém o façam com algum distanciamento e bom humor. Tá na hora de irmos além, deixar um pouco de lado as artimanhas que elas criam. Deixe o bilionário com seus dilemas e cuide de seu quinhão, afinal, tu não vai ganhar nada com isso!
Duas dicas: quem sabe partir para a socialização presencial, quando possível, com taças de vinho, o outono pede. Garanto que, olho no olho, o ódio não se cria. E, para completar, vá ver um filme, daqueles antigos, com heróis de verdade, que não usam redes ou togas, mas capa, máscara e cintos de utilidade, além de muitas onomatopeias.
Diferente do insosso embate do dono do X versus o X do Xandão, as risadas são garantidas!